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Projeto que exclui uso da tese da legítima defesa da honra aguarda votação na Câmara

Projeto que exclui uso da tese da legítima defesa da honra aguarda votação na Câmara

Aprovada por duas comissões do Senado, a proposta (PL 2.325/2021) da senadora Zenaide Maia (Pros-RN) foi enviada diretamente para votação na Câmara dos Deputados. O projeto de lei segue entendimento do Supremo Tribunal Federal de 2021, que considerou inconstitucional a tese da legítima defesa da honra como atenuante em feminicídios e outros crimes contra mulheres.

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Projeto que acaba com a tese de legítima defesa da honra

Já foi enviado para votação na Câmara dos Deputados o projeto de lei da senadora Zenaide Maia, do Pros do Rio Grande do Norte, que proíbe o uso da tese da legítima defesa da honra para acusados de feminicídio.

A proposta, que foi aprovada por unanimidade no início de julho pela Comissão de Constituição e Justiça, altera os Códigos Penal e de Processo Penal, seguindo entendimento do Supremo Tribunal Federal, conforme explica a senadora.

Entendimento do STF sobre a tese

Em 2021, o Supremo decidiu que a tese da legítima defesa da honra é inconstitucional. No entanto, a nossa legislação nunca foi modificada para, claramente, excluir a possibilidade do uso dessa e de outras teses machistas, como “defesa de valor moral” ou “violenta emoção”, como atenuantes da gravidade de um crime contra a mulher.

A proposta é atualizar a lei, para acabar com esta história de alegar “honra”, “moral” ou “emoção” para aliviar a punição de um feminicídio.

Zenaide Maia manifestou sua expectativa em relação à aprovação da proposta pelos deputados.

Espero que o projeto tenha a mesma atenção que recebeu aqui no Senado. O Brasil deixa para trás o machismo estrutural, a noção de que a mulher é uma propriedade do homem e que o homem tem direito de agredi-la ou tirar-lhe a vida. Espero que em breve tenhamos uma legislação que esteja de acordo com os nossos tempos, pondo fim a teses machistas e a pensamentos ainda da época da colônia.

A senadora Margareth Buzetti, do PP de Mato Grosso, também ressaltou a importância da mudança na legislação.

É o resgate da honra da mulher. É incrível que, em pleno século XXI, a gente ainda esteja votando um projeto como este: em legítima defesa da honra, o homem pode tirar a vida de uma mulher. Esse projeto merece, sim, ser comemorado por todas nós, mulheres.

Se for aprovado pela Câmara dos Deputados sem alterações, o projeto de lei seguirá direto para a sanção presidencial.

Fonte: Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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