Julgamento de anestesista filmado estuprando mulher durante cesárea começa nesta segunda
O julgamento do médico anestesista gravado estuprando uma grávida na sala de parto em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, começa nesta segunda-feira (12), cinco meses depois da prisão em flagrante dele no Hospital da Mulher, na Baixada Fluminense. A audiência está prevista para às 11h no Fórum de São João de Meriti.
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Crime de estupro de vulnerável cometido pelo médico durante cesária
O médico responde por estupro de vulnerável. Ele está preso em uma cela individual do pavilhão 8 de Bangu, destinado a detentos com curso superior. E isolado por causa de ameaças. O médico virou réu em julho. Além do estupro durante o parto filmado, a polícia investigou outros casos.
A audiência de instrução e julgamento pode durar no máximo 60 dias. Primeiro serão ouvidas a vítima e seu marido, depois as 8 testemunhas de acusação e em seguida as oito testemunhas de defesa.
Então, abre-se espaço para esclarecimentos da perícia e, por último, o depoimento do réu, que vai ser ouvido por videoconferência, para evitar que sua presença intimide a vítima ou as testemunhas e também por questões de segurança.
A prisão do médico foi possível graças a uma filmagem feita pela equipe de enfermagem, que tinha desconfiado que o anestesista tinha cometido outros estupros no mesmo dia. Há cerca de uma semana, o Fantástico exibiu novos trechos do vídeo, que mostra o anestesista desligando o aviso sonoro de monitoramento da grávida.
Esses alarmes soaram durante o estupro, que durou cerca de 10 minutos. De acordo com a perícia, os alarmes são do monitor multiparâmetro, que podem corresponder à queda de saturação de oxigênio da paciente, já que as vias aéreas da mulher foram obstruídas durante o estupro.
O Fantástico teve acesso com exclusividade ao vídeo de uma hora e trinta e seis minutos de duração e acesso exclusivo a informações do laudo da perícia.
As cenas mostram que o médico réu colocou em risco a vida da paciente para ter a oportunidade de abusar dela. As imagens do estupro foram registradas por um celular, estrategicamente escondido em um armário dentro da sala de parto. Mas a Defensoria Pública questionou.
A defesa do médico alega que a captação de vídeo foi ilegal, porque foi produzida sem conhecimento dos envolvidos e sem autorização da Polícia ou do Ministério Público.
A Justiça não aceitou o argumento. E afirmou que crimes dessa natureza quase sempre são cometidos às escondidas, tendo, geralmente, como única prova a palavra da vítima, que, naquele caso, se encontrava sedada, sem qualquer possibilidade de reação ou de prestar depoimento sobre o ocorrido. E reforçou que a captação foi feita por profissionais de saúde, que, naquela circunstância, tinham o dever de proteger a gestante.
De acordo com o inquérito, o médico fez sete aplicações de sedativos na vítima. Os peritos dizem que a quantidade de anestésicos extrapolou o que é habitualmente utilizado em uma cesariana.
A defesa pediu à Justiça que o médico aguardasse o julgamento em liberdade, o que foi negado pela Justiça. A defesa também pediu um teste de sanidade argumentando que o médico tem quadro de transtorno psicológico na família e estava tomando medicamento para aumentar a libido e talvez por isso não estivesse respondendo por seus atos. A Justiça também negou esse pedido, dizendo que a defesa não apresentou qualquer prova contra a sanidade mental do médico.
Fonte: G1
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